domingo, 26 de outubro de 2014

Por que a reeleição de Dilma me deixou feliz...


Por que a reeleição de Dilma me deixou feliz...

Confesso que esta eleição foi uma das que mais estive distante. Praticamente não me envolvi. No primeiro turno votei em Luciana Genro (PSol) para presidente. Mas ao final do primeiro turno, fiquei muito preocupado.

Pensei: "mas e se a Dilma for derrotada?" Uma possível eleição de Aécio Neves me preocupou muito.

Mas por quê?

Apesar de ter votado noutra candidata, a verdade é que reeleger Dilma Rousseff presidente se tornou não somente uma questão de dever ideológico, mas também um dever como cidadão brasileiro.

Nos últimos anos eu tive uma série de conquistas pessoais. Me formei na faculdade em 2008, fiz a pós-graduação em 2010. Passei em 5 concursos públicos para professor. Hoje atuo como professor de História concursado no município de Cachoeirinha/RS e sou nomeado professor do Estado do Rio Grande do Sul (faziam 9 anos que não existia concurso para professor da rede estadual gaúcha). Minha esposa também tornou-se uma funcionária pública após passar em concurso federal em 2008.

Também tive uma série de conquistas materiais. Comprei meu primeiro carro zero-Km em 2011 e o segundo em 2014 (política de IPI zero). Mas não foi só isso. Depois de muito tempo sonhando e lutando eu e minha esposa conquistamos a tão sonhada compra da casa própria (pelo Programa Minha Casa Minha Vida) e não foi uma moradia qualquer foi aquela que sonhávamos há muito tempo. Deixamos o aluguel para trás.

Mas este também foi um período de muitas viagens. Fernanda e eu junto com nossos filhos viajamos cinco vezes para o litoral de Santa Catarina (eu não viajava para este estado havia mais de uma década). Também vajamos para Alagoas e para o Rio de Janeiro em 2013. Esse ano fomos para Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. E isso que eu nunca havia andado de avião antes.

Tenho convicção de que o meu Deus me capacitou a conquistar tudo o que tenho. E a Ele devo tudo isso.  Mas também preciso reconhecer que as coisas não caem do céu. Tive que estudar e trabalhar muito por tudo o que tenho. Mas também tenho que reconhecer que não sou uma ilha isolada de tudo e de todos. Por isso, entendo que as políticas de desenvolvimento do governo Dilma abriram caminhos que antes simplesmente não existiam.

Sei que eu e minha família não fomos os únicos beneficiados pelas políticas do governo petista. Em todo o Brasil milhares de pessoas o foram. Seja de forma direta por meio de uma Bolsa Família ou pela facilitação da aquisição de imóveis e automóveis ou pelo acesso à universidade pelo ENEN, ProUni, Pronatec, etc. Ou de forma indireta como a da chegada dos médicos cubanos. Apesar da Política Mais Médicos ser muito polêmica, conto um breve relato: uma das escolas que leciono fica numa vila que não tinha atendimento médico por falta de profissionais da saúde. Mesmo que regularmente existam concursos para profissionais desta área, a verdade é que muitos não querem se sujeitar a trabalhar numa vila. Hoje a vila celebra que existe um médico cubano disposto a tratá-las.

Mas há quem ache isso tudo ruim. Eu também não acho que esteja uma grande maravilha, por esse motivo votei no PSol.

Mas os meus motivos não são os mesmos daqueles que reclamam por que está difícil conseguir uma emprega doméstica. Ou por que não se acham trabalhadores para a construção civil (vai ver que estão empregados já que as taxas de desemprego estão por volta dos 5%). Outros acham ruim que as ruas e avenidas estejam congestionadas de carros novos recém adquiridos. Já outros reclamam que os aeroportos estão cheiros de gente querendo viajar. O mais engraçado é que são exatamente as coisas que eu estava celebrando alguns parágrafos acima.

Eu acredito que o Brasil precise de mudanças muito mais profundas do que as que estão acontecendo. Por isso, na próxima eleição continuarei votando no PSol. Ainda assim, tenho que reconhecer que os últimos 12 anos foram os de maior distribuição de renda da história de nosso Brasil.

Por isso eu estou feliz, muito feliz e hoje dormirei mais tranquilo.

Marcos Faber
www.historialivre.com